domingo, 11 de setembro de 2016

Treino de Fim de Semana - Preparação para a Ultra




Depois de umas semanas de férias onde o ócio estival foi lentamente penetrando no meu interior, como se o efeito acumulado de exposição ao calor me tivesse criado dentro de mim um molusco invertebrado que me aprisionava os membros e musculos, e tendo em vista a minha primeira Ultra, resolvi regressar a esse ventre de muitos corredores de trail: A Barragem do rio da Mula.

Pelo caminho tinha apanhado o Eduardo, e o nosso objectivo para o dia não era ambicioso, tornar a pôr as pernas a funcionar, ao ponto de doerem durante a semana, isto é entre 15 a 20 kms e cerca de 600 metros de altimetria.

No carro viamos a Serra a vir até nós vestida com um manto branco que, de tão justo me seduzia com todas as curvas do seu corpo.

Comecei como (quase) sempre, dando a volta à barragem, subindo o trilho das pontes, um dos meus preferidos, e depois entrando nos estradões que vão desembocar no cume da pedra amarela. Pelo caminho, e de repente entrei numa bolha dentro universo feerico, eu e as arvores abraçados pelas nuvens baixas. A contraluz, as teias de aranhas pareciam tecidos com fios de pérolas.


A humidade acumulava-se nos ramos, nas folhas, até ser grande o suficiente para formar gotas de desafiar a gravidade e fazer chover... era estranho que esta chuva formada à minha frente, só escolhesse algumas árvores para fazer a sua aparição fora de época.

Num esforço final chegamos à Pedra Amarela, um dos pontos altos de muitos dos meus treinos e ao olhar para nascente, os meus olhos repousaram num (vale de) lençol(is) de nuvens que deslizava(m) lentamente pelo corpo / silhueta da serra abaixo, (que ao descer) era perfurados pelos picos da serra, distinguindo-se ao longe os dois torreões do Palácio da Pena que perfurava aquela imagem de paz.

Recuperei as forças e parti para o próximo ponto do treino: A Peninha, passando pelas duas irmãs, subimos à peninha para outro miradouro sobre o Tejo, Montejunto, O Guincho, a anta de Adrenunnes.

Descemos para espreitar a vista do Cabo da Roca e falamos sobre o Trilho das Viuvas. Eduardo: Estava a pensar não fazer o trilho das viuvas hoje, deixavamos para outro dia não? Zé: Sim tens razão, é divertido ir a correr por ali abaixo, mas se o fizermos fazemos quilometros a mais, metros a mais de altimetria e passamos a semana toda com as pernas a doer. O mais sensato é voltar para trás...

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Ok, aí vamos nós downhill... DESCIDA TÉCNICAAAAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaa!!!

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Depois da euforia, contemplamos seriamente a subida. Afinal de contas tinha de haver um preço a pagar por tamanha alegria. Calmamente o alcatrão levou-nos por um tunel mágico de luz e brumas até um abastecimento nas pedras gémeas e depois para os Capuchos.


Lá em cima, uma troca de palavras breves com uns BTTistas e voltamos a descer para o Trilho das Pontes para uns minutos de divertimento final e depois para a Barragem.



O relógio gritava-nos que apenas tinhamos feito 17 kms, e como quem faz 17 faz sempre 20, atravessámos a estrada e passamos pela primeira vez à descoberta da Quinta do Pisão, mas só um bocadinho. Fica para a próxima...

 

 
 
 
 
 
 

2 comentários:

  1. Ai o Trilho das Viúvas ... já conheço algumas dessas partes :P ... belas montagens.
    Abraço

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    1. As montagens deram mais trabalho que os 20 kms :)

      Obrigado, sintra recebe-te de braços abertos :D

      Abraço

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